O Jornal digital 7 Margens
noticiava que neste domingo, dia 6 de Dezembro de 2020, os Suíços votaram em
referendo uma proposta para obrigar as empresas multinacionais suíças a prestar
contas pelo seu comportamento interno e no estrangeiro, no capítulo dos
direitos humanos e da sustentabilidade ambiental, mas a proposta acabou por ser
chumbada.
A medida, que foi preparada ao
longo dos últimos anos por uma ampla aliança de organizações não
governamentais, suscitou uma grande expectativa em numerosos setores sociais,
também no estrangeiro, e seria pioneira em termos mundiais.
Apesar de as sondagens terem
apontado para a vitória do sim, as forças do não – organizações empresariais,
partidos de direita e o governo confederal – acabaram por vencer. No resultado
final, ainda que o voto popular tenha sido superior a 50%, o número de cantões
que votaram contra (26) determinou a vitória do não, segundo informação da
agência Swiss.info. Foram
sobretudo os cantões de expressão germânica que mais declaradamente se opuseram
a esta proposta de multinacionais responsáveis.
A Conferência dos Bispos Suíços
(CES) e a Igreja Evangélica Reformada Suíça emitiram, em inícios de outubro,
uma posição comum que
vai ao encontro das preocupações com os problemas de direitos humanos e
ambientais subjacentes à proposta referendada. O mesmo fez a Comissão Nacional Justiça e Paz (católica)
do país.
A rejeição da iniciativa não
significa, porém, o abandono total das medidas previstas na proposta
referendada. Ainda de acordo com a Swiss Info, “uma contraproposta mais branda
entrará automaticamente em vigor”, obrigando as empresas a relatar sobre
direitos humanos e padrões ambientais e a conduzir ações em casos de suspeita
de trabalho infantil e abastecimento de minerais em áreas de conflito. “No
entanto, não estarão vinculadas a uma cláusula de responsabilidade”.
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