Thursday 27 September 2018

6th Conference EE&S - Autumn 2018

6th Conference EE&S - Autumn 2018

Individualism and the travails of neoliberalism

Ralph Fevre, School of Social Sciences, Cardiff University
Fevre@Cardiff.ac.uk


Sumário

A essência do neoliberalismo é o facto de a política se posicionar ao serviço do capital internacional. O populismo ou viragem à direita alimenta-se da crença, cada vez mais ampla, na subserviência e aliança da política relativamente ao capitalismo internacional. O descontentamento que se tem feito sentir parece ter que ver com o tudo o que tem acontecido desde finais da década de 1970, como sugere a investigação realizada por por Arlie Hochschild (Strangers In Their Own Land: Anger and Mourning on the American Right). Não existem estudos, no entanto, sobre os chamados progressistas, isto é, os que acreditam que tem havido progresso social. Estes progressistas são, com grande probabilidade, licenciados. Ora os que estão descontentes porque sentem que ‘ficaram para trás’ e votaram em Trump e no Brexit, não gostam do modo como a formação universitária se transformou na condição necessária para uma vida bem sucedida. Muitas destas pessoas decidiram, há muito tempo, que a política os tinha abandonado e, por isso, desistiram de votar. Até Trump, Farage, Le Penn e Orbán, etc., nenhum candidato lhes prometeu um mundo concebido quase à imagem daquele em inspirava as suas crenças e que teria existido antes de finais da década de 1970. Nessa altura, a nacionalidade e frequentemente a raça e o género, mas não a educação,  determinavam o sucesso e do valor das pessoas. Quer dizer, o destino decidia-se pela pertença, desde o nascimento, a algo mais vasto do que o indivíduo. Deste modo, uma versão dos direitos naturais, assegurava direitos e alguns privilégios.
As economias avançadas concretizaram esta promessa durante grande parte do século XX, quando grandes empresas, frequentemente estatais, asseguravam o bem-estar dos cidadãos. Porém, na década de 1970 as mudanças já se anunciavam por todo o lado. Na economia com o crescimento do sector dos serviços, os choques petrolíferos, o início da ’nova divisão internacional do trabalho’ devido à ‘deslocalização’ da indústria, mas também na educação e nos locais de trabalho. Estas transformações significaram a criação de instituições necessárias para tornar realidade o individualismo para um grande número de pessoas, e não uma pequena minoria. Isto é, as oportunidades para o desenvolvimento da autonomia e o desenvolvimento pessoal, não se deveriam confinar a uma pequena elite, antes, deveriam generalizar-se.
 A revolta populista envolve pessoas que não sentem que tenham beneficiado com as instituições que foram criadas para disseminar as vantagens do individualismo. Em oposição, estão as pessoas que beneficiaram. Os que se opõem a Trump e ao Brexit, por exemplo, fazem-no a partir de uma posição de superioridade moral, porque acreditam que estão a defender os direitos humanos, a meritocracia e a igualdade de oportunidades. Esta superioridade moral pode não estar devidamente fundamentada. Pode, todavia, ser compreendida se estudarmos o modo como o neoliberalismo se apropriou do individualismo. A investigação  internacional, que tem estado a decorrer desde 2015, já sugere que os que pensam que poderão continuar a beneficiar com as instituições do capitalismo neoliberal, é ilusória.
A apresentação irá aprofundar estas ideias, apresentando os diversos tipos de individualismo, partindo da comparação de duas matrizes, a dos Estados Unidos da América e da Europa, para depois considerar os casos dos EUA e do Reino Unido. 

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